UTI neonatal e infantil completa 16 anos

Publicado em: 26/11/2015 Atualizado em: 07/01/2016 Por: Martielly Raissa

Desde a sua existência aproximadamente 4 mil crianças foram atendidas na Unidade de Terapia Intensiva do HSJD.

Há 16 anos, no dia 22 de novembro de 1999 era fundada a UTI neonatal e infantil do Hospital São João de Deus. A instalação da unidade revolucionou a forma de atendimento aos recém nascidos e às crianças de Divinópolis e região. A taxa de mortalidade infantil caiu consideravelmente. A UTI infantil tem em média 20 internações por mês. Por ano, são quase 250 atendimentos.

O médico pediatra Júlio César Veloso acompanhou de perto a evolução da UTI neonatal. “Eu comecei aqui [na UTI] dois dias depois de inaugurada. De lá pra cá, o que mais me chamou  atenção foi a importância da UTI para a sociedade. Com a unidade, vimos uma diminuição na mortalidade infantil, melhoria na qualidade de vida dos pacientes e a melhoria do atendimento. Melhoramos e muito”, conta.

A UTI neonatal e infantil do HSJD possui hoje corpo clínico de ponta e profissionais qualificados, sempre atualizados. Os profissionais passam por cursos de especializações e sempre voltam agregando conhecimento àquilo que fazem. Atualmente, quase 70 colaboradores prestam assistência à UTI. São nove médicos e seis enfermeiros, além das equipes de suporte, compostas por fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, oftalmologista, neurologista, pneumologista, sem contar nos residentes e acadêmicos dos cursos de medicina que acompanham os trabalhos.

Segundo o pediatra Júlio Cesar Veloso, a UTI neonatal e infantil, também chamada de UTI mista, atende de duas a três crianças e de cinco a seis recém nascidos por semana. “A maioria dos atendimentos é neonatal. Na média de internações, o que a gente mais vê são bebês prematuros, abaixo do peso. Tivemos um recém nascido aqui pesando apenas 570 gramas. Hoje ele se recuperou, cresceu e tornou-se uma criança saudável”, disse o médico.

Os pacientes prematuros correspondem a 10% dos atendimentos. Além disso, a UTI mista atende também pacientes cardiopatas, politraumatizados e recém operados. Mas, certamente, nenhum pai quer ver seu filho em um leito de hospital. “Então, existe aquela questão: bebê real e o bebê idealizado. Esse choque de realidade entre os dois causa esse medo, receio, o medo da perda e já existe um estigma em relação às UTI’s. Mas é bom deixar claro que na UTI é o contrário. A luta aqui a todo instante é para viver”.

UM MISTO DE EMOÇÕES

Há 30 anos trabalhando no Hospital São João de Deus, a técnica de enfermagem Gilda Tavares Menezes já passou por diversos setores e há 10 anos, atua na UTI infantil do HSJD. A técnica de enfermagem que hoje cuida da esterilização, começou na limpeza,  passou pela fisioterapia, hemodinâmica, centro de esterilização, enfermaria e, por fim, a UTI infantil. Gilda conta que passou por momentos felizes, outros, nem tanto. “É um trabalho muito humano, lidamos com pessoas e às vezes, é difícil não se emocionar junto com os pais dos bebês, principalmente em situações delicadas”, disse.

Ao longo de 16 anos de funcionamento, várias crianças passaram pela UTI infantil do HSJD. Lidar com uma internação, principalmente de um recém nascido, não é tarefa fácil, principalmente para os pais. Mas Gilda tranquiliza. “Nós que trabalhamos no setor já acostumamos com a movimentação, mas os pais... às vezes eles chegam aqui desesperados, ainda mais quando o filho está na incubadora, ligado aos aparelhos. Eu sempre tento acalmá-los e explico que aqui [na UTI infantil] eles estão totalmente monitorados. Aqui temos uma ampla equipe que zela e observa a todo o instante, qualquer sinal de alteração nos bebês”, explica Gilda.

UM BOM PRÉ NATAL

Para quem teve ou está esperando um filho sabe que esse acompanhamento é o mais importante durante o desenvolvimento do bebê. O pré-natal bem feito diminui ou possibilita ao médico detectar possíveis riscos à saúde da criança. Mas a mamãe também deve fazer sua parte, seguindo à risca todas as recomendações médicas, controlando a alimentação, dieta adequada. Fazer todos os exames laboratoriais e exercícios físicos. Tudo isso para que o bebê nasça no tempo adequado, com saúde e bom desenvolvimento. E o papai, pelo mesmo motivo, tem a tarefa de fiscalizar e amparar a mamãe naquilo que for preciso. Fica a dica.

Mas se o bebê passou pela UTI e mesmo assim não apresentou melhora ou teve alguma complicação, ainda assim é possível seguir com acompanhamento médico profissional na própria unidade hospitalar. O “Follow-up dos recém nascidos de alto risco” desenvolve atendimento para todos os bebês que por algum motivo sofreram complicações.  “Esse método começou a ser desenvolvido aqui no HSJD há cerca de três anos. Todos os pacientes que passaram por complicações, nós acompanhamos aqui, em ambulatório próprio e de lá mesmo a gente encaminha para o serviço necessário, como oftalmologia, neurologia, fisioterapia motora etc.

Júlio Cesar explica ainda que esses pacientes possuem patologias especiais e precisam de uma equipe atenta para detectar possíveis problemas. Se necessário algum procedimento, esse deve ser feito rápido. Tudo isso simboliza a eficiência de uma equipe que, acima de tudo, estima sempre a vida. Viva!