Publicado em: 08/06/2017 Atualizado em: 08/06/2017 Por: Rubens Souza
Sala Vermelha do HSJD
50% das camas foram ocupadas na Sala Vermelha em menos de 24 horas de funcionamento do SAMU 192
A Sala Vermelha do Hospital São João de Deus recebeu os primeiros pacientes através de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência –SAMU e do convênio UNIMED. Desde o início da operacionalização do serviço, no dia 07 de junho, sete Unidades de Suporte Avançada (USA) foram deslocadas para os atendimentos, sendo duas delas destinadas ao HSJD. Outras cinquenta Unidades de Suporte Básico (USB) também saíram do ponto de apoio para realizarem resgate na data de ontem (07).
O primeiro paciente a registrar entrada na Sala Vermelha, por volta das 10h28min. teve o seu atendimento realizado inicialmente em uma ambulância da UNIMED, sendo transferido após os primeiros socorros para o Hospital São João de Deus. Já pela noite, por volta das 20h30min, a Sala Vermelha registrou o primeiro paciente resgatado pelo SAMU. Ainda pela noite/madrugada, por volta de 02h47min, mais um atendimento do Serviço de Atendimento Móvel encaminhou o terceiro paciente para o setor de Urgência e Emergência do HSJD, totalizando assim três atendimentos, ocupando 50% das camas disponíveis na Sala Vermelha. “Os pacientes foram prontamente atendidos, mas infelizmente foram casos muito graves. Um jovem sofreu um atropelamento, mas provavelmente o que o levou a falecer foi um traumatismo craniano bem grave. Já o outro paciente, de 34 anos, sofreu uma queda com um possível sangramento cerebral, que foi confirmado por meio de uma tomografia. Após ser transferido para o Hospital São João de Deus ele foi inicialmente avaliado pela equipe da Sala Vermelha e encaminhado para a UTI, onde permanece internado”, explicou Dr. Eduardo Mattar, diretor técnico do HSJD.
Ainda segundo o diretor, a Sala Vermelha já está preparada e atuante para atender os casos mais graves, de acordo com a classificação de risco. “Todos os casos classificados pela Regulação de Urgência e Emergência do SAMU, em laranja e vermelho, podem ser encaminhados para a nossa unidade mediante contato. Existe todo um fluxo programado para esse atendimento. Além disso, esses casos também podem ser encaminhados para outras unidades, mas a nossa é a que está mais preparada para atender os casos mais graves”, finalizou.
Para a Superintendente do Hospital São João de Deus, Elis Regina Guimarães, devido ao Hospital São João de Deus ser um hospital polivalente, não haveria possibilidade da instituição não estar diretamente vinculada à Rede de Urgência e Emergência, e que apesar das constantes dúvidas a respeito da gestão da Sala Vermelha e do custeio do serviço, é necessário reconhecer a importância deste para a sociedade que necessita deste modelo de atendimento. “Eu vejo a Sala vermelha como um benefício tão grande para a população, que às vezes não podemos mensurar apenas como um resultado econômico-financeiro. Ela tem um grande resultado assistencial para essa Região Assistencial Ampliada. Se amanhã percebemos que existem problemas na Sala Vermelha, mas que ela está ofertando a assistência esperada, temos que ter habilidade de ir em busca de recursos para um outro modelo de gestão que a viabilize. Mas nada disso pode tornar impossível um atendimento assistencial que pode salvar diversas vidas, porque a vida não tem preço”.
Por fim, Elis ainda destaca a honra em poder contribuir para o novo modelo de assistência da região que moldará o Hospital São João de Deus, consolidando-o como uma instituição que atende a alta complexidade. “Nós estamos trabalhando para isso. A Sala Vermelha vai se viabilizar, vai trazer pacientes de alta complexidade para o hospital e vai desenhar o nosso perfil efetivo que é da alta complexidade, possibilitando à população ser assistida. Isso para mim como gestora é de grande orgulho, por poder contribuir para o atendimento à população”.
A Sala Vermelha
A Sala Vermelha é destinada ao atendimento de pacientes que necessitam de cuidados e vigilância intensivos enquanto aguardam a definição do diagnóstico, uma cirurgia de emergência ou transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Conta com uma estrutura diferenciada, oferecendo estacionamento próprio para desembarque de pacientes, quatro camas para atendimento de pacientes do SUS e duas camas para usuários de convênio, possuindo ainda respiradores, carrinhos de emergência, acesso central, além de aparelhos de ventilação mecânica e monitoração cardíaca.
O atendimento à Sala Vermelha antes da inauguração do SAMU era realizado via regulação da Central de Leitos do Estado (SUS Fácil). Desde o dia 07 de junho, com a inauguração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, a regulação dos pacientes passou a ser feita pela Central de Urgência e Emergência do SAMU 192.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas que receberem o socorro de um veículo de resgate têm o perfil para serem atendidos pela Sala Vermelha, uma vez que o espaço é destinado somente ao atendimento de pacientes de urgência e emergência, ou seja, aqueles que forem classificados em laranja e vermelho, de acordo com o Protocolo de Manchester.