Publicado em: 27/09/2022 Atualizado em: 27/09/2022 Por: Matheus Tavares
Complexo de Saúde é o maior captador de órgãos do interior de Minas Gerais
Setembro é o mês escolhido para conscientizar e incentivar à doação de órgãos. A campanha Setembro Verde realiza ações para desmitificar e esclarecer a população sobre a importância desta ação. Nesta terça-feira, dia 27, celebramos o Dia Nacional de Doação de Órgãos, que tem por objetivo chamar a atenção das pessoas para o diálogo, quebrando o tabu que envolve este assunto e incentivando as pessoas a conversarem com seus familiares e amigos sobre a importância da doação de órgãos.
Todo esse esforço tem apenas um propósito: ajudar milhares de pessoas que estão na fila aguardando por um transplante. De acordo com o MG Transplantes, somente em Minas Gerais são quase seis mil pessoas na fila de espera. Entretanto, entre janeiro e agosto de 2022, foram realizados no Estado 1.301 transplantes.
No Complexo de Saúde São João de Deus – CSSJD, instituição com maior número de captação de órgãos do interior de Minas Gerais, a missão de captar órgãos fica a cargo da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos – CIHDOTT. Criada em 2001, a comissão é composta pela Coordenadora, Cirurgiã Torácica, Dra. Ana Paula Coimbra Israel, pela Enfermeira, Elaine Cristina Silva Fonte Boa, e pela Psicóloga, Cláudia Geralda Graciano, responsáveis por realizar o trabalho de abordagem dos familiares, daqueles pacientes potenciais doadores, auxiliando na condução do processo de doação de órgãos e promovendo campanhas de conscientização sobre o assunto. "A doação de órgãos, na verdade, é um ato de muito amor e carinho, porque você tem ali uma família num momento de extrema dor e desconforto e é preciso abordar essa família sobre a possibilidade de doação", destacou.
De acordo com o Cirurgião Geral do Hospital Felício Rocho, Dr. Juliano Félix Castro, a falta de informação sobre o processo para a doação de órgãos é uma das barreiras encontradas para que as famílias autorizem o procedimento. “O Setembro Verde é importante justamente para a conscientização da população sobre a importância e a necessidade da doação de órgãos, pelo impacto que isso traz na saúde das pessoas. Talvez essa seja uma das grandes honras que tenho, de trabalhar em um grupo de transplantes e conseguir salvar vidas”, comentou.
O médico também destacou a importância de instituições como o CSSJD, que por meio da CIHDOTT, desempenha um importante papel neste processo de transformar a dor de uma perda em esperança para outras pessoas. “Divinópolis é uma grande parceira nossa, o serviço (desempenhado) aqui no São João de Deus funciona muito bem e nos ajuda durante toda essa jornada que enfrentamos. É muito gratificante participar dessa missão da doação, do processo de captação e transplante de órgãos. Estamos salvando vidas e trazendo uma expectativa, uma nova realidade para quem está recebendo”, concluiu.
Para a Cirurgiã Geral do Hospital Felício Rocho, Dra. Isadora Mota Aguiar, que realiza captações para o MG Transplantes, o processo de captação traz para os profissionais um misto de sensações, onde de um lado está o luto de uma família que perdeu um ente querido e do outro estão pacientes ansiosos pelo transplante. “A captação é uma situação um pouco difícil, por isso, tentamos fazer com o máximo de respeito ao paciente e à família. Mas ao mesmo tempo, nós sabemos como estão os pacientes que vão receber (esses órgãos) e eles ficam super ansiosos e felizes quando recebem a notícia (do transplante). É uma nova vida. Essa parte é muito gratificante”, explicou.
O Complexo de Saúde São João de Deus destaca a importância do diálogo com os familiares sobre o desejo de ser um doador de órgãos, já que no Brasil é necessária a autorização da família para a captação. Seja um doador de órgãos e dê a chance de um recomeço para quem luta por um transplante.
A captação dos órgãos acontece no Centro Cirúrgico do hospital e segue a rotina de uma grande cirurgia. Após o procedimento, todo cuidado é aplicado para a realização da reconstituição do corpo, seguindo a Lei n° 9.434/1997. O corpo fica sem nenhuma deformidade e pode ser velado e sepultado normalmente.