Publicado em: 29/09/2023 Por: Letícia Ferreira
Com participação de munícipios da região Centro-Oeste, evento encerrou as atividades da Campanha Setembro Verde
Para encerrar as ações de conscientização sobre a campanha Setembro Verde, o Complexo de Saúde São João de Deus, principal captador de órgãos do interior de Minas Gerais, realizou nesta sexta-feira, 29 de setembro, o 5º Encontro da Saúde. O evento foi realizado no Auditório do Sicoob Divicred, e reuniu representantes e autoridades dos munícipios da região.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Doação de Órgãos e Tecidos, somente em Minas Gerais, 6.141 pessoas aguardam na fila de espera por um transplante. Somente neste ano, o CSSJD realizou 14 procedimentos para retirada de múltiplos órgãos e 65 procedimentos para a retirada de tecidos oculares, com o apoio da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes – CIHDOTT e do MG Transplantes.
E para dar início à programação do evento, a Cirurgiã Torácica e Coordenadora da CIHDOTT, Dra. Ana Paula Coimbra Israel, detalhou as etapas do processo de captação de órgãos e enfatizou a importância da campanha para o incentivo à doação de órgãos. “O processo de captação se inicia com a identificação de um possível doador, na sequência a CIHDOTT é comunicada e, então, o primeiro teste de morte encefálica é realizado. São colhidos os exames e o material é enviado ao MG Transplantes. Na sequência, um segundo médico reavalia o paciente. Caso seja declarada a morte encefálica, a família é comunicada e a nossa equipe apresenta a possibilidade de doação. Sem o consentimento da família, não é possível realizar a doação. Então, converse sobre seus desejos com seus familiares”, explicou.
Para esclarecer as dúvidas de cada etapa desse processo, o 5º Encontro contou ainda com uma Mesa Redonda mediada pela Enfermeira da CIHDOTT, Elaine Fonte Boa, com participação do Médico Intensivista e Coordenador do CTI Adulto, Dr. Marco Antônio Ribeiro Leão, o Coordenador do Serviço de Neurocirurgia, Dr. Thales Morais, além da Coordenadora Médica e da Psicóloga da CIHDOTT, Dra. Ana Paula Israel e Cláudia Graciano, respectivamente, e do Coordenador do Núcleo de Rim da Central Estadual de Transplantes de Minas Gerais – MG Transplante, Dr. Guilherme Gontijo.
Para Dr. Guilherme, a falta de informações sobre o diagnóstico de morte encefálica é o principal motivo para o alto índice de recusa das famílias. “Temos um alto número de recusa, cerca de 40 a 50%. E, muitas vezes, é o desconhecimento que impede esta doação, porque a morte encefálica é igual à morte, e isso tem que ficar bem claro, uma vez que a doação de órgãos tem que acontecer quando o coração está batendo. Acredito que muitas vezes, as famílias acreditam que, como o coração está batendo, não morreu”, destacou.
Representando o Conselho Diretor da Fundação Geraldo Corrêa, o Diretor Administrativo Jurídico, André Waller, destacou a importância de se debater este importante tema, que ainda é cercado de muitas dúvidas. “Este assunto foi amplamente discutido nos últimos tempos, quando o apresentador Faustão entrou para a fila de espera de um transplante e recebeu um coração de um doador. Neste momento, foi perceptível o quanto a população é leiga quanto ao processo captação e doação de órgãos. Por isso, este encontro foi de extrema relevância para a propagação das informações corretas e disseminação do fluxo e orientações sobre a doação de órgãos para que chegue até as Unidades de Saúde e atinja toda população”.
A realização deste evento, que visa difundir informações de suma importância para promoção da saúde, vem reforçar a visão do CSSJD de “consolidar-se como um dos melhores complexos de saúde filantrópicos do Brasil em gestão assistencial, promovendo conhecimento, inovação e excelência em processos”.